União Estável: Direitos Equivalentes ao Casamento?

A união estável é um instituto jurídico que tem ganhado cada vez mais relevância na sociedade contemporânea, especialmente no contexto do direito de família. Desde a introdução da união estável no ordenamento jurídico brasileiro, com a Constituição de 1988, e sua regulamentação posterior no Código Civil de 2002, a discussão acerca dos direitos e deveres decorrentes desse tipo de relação torna-se cada vez mais pertinente. Neste artigo, exploraremos se os direitos da união estável são equivalentes aos direitos do casamento, analisando aspectos legais, vantagens, desvantagens e implicações à luz do direito familiar.

Conceito de União Estável

A união estável é definida no artigo 1.723 do Código Civil brasileiro como a convivência duradoura, pública e contínua entre duas pessoas com o objetivo de constituição de família. Essa definição abarca tanto casais heterossexuais quanto homossexuais, promovendo um reconhecimento legal das diversas formas de convivência afetiva.

Direitos e Deveres na União Estável

Um dos pontos mais discutidos é se os direitos decorrentes da união estável são equivalentes aos do casamento. Embora a união estável não exija formalidades para sua constituição, como documentos ou cerimônias, seus efeitos jurídicos são, em muitos aspectos, semelhantes aos do casamento.

Direitos Patrimoniais

No que se refere ao regime de bens, a união estável pode se submeter a diferentes regimes, conforme acordado entre as partes. O regime da comunhão parcial de bens é o mais comum, onde os bens adquiridos durante a vigência da união são partilhados igualmente em caso de dissolução. Assim, na união estável, ao longo do tempo, os companheiros adquirem direitos sobre os bens e, em caso de separação, pode aplicar-se o mesmo princípio de divisão existente no casamento.

É válido destacar que, em caso de falecimento de um dos parceiros, o companheiro sobrevivente possui direitos sucessórios, equivalentes àqueles que pertencem ao cônjuge. A Lei nº 9.278/96, que regulamenta a união estável, garante ao companheiro uma quota na herança, assegurando direitos patrimoniais.

Direito à Pensão

Outro ponto importante a ser considerado é o direito à pensão alimentícia. Os companheiros na união estável têm direito à percepção de pensão em casos de necessidade, assim como no casamento. A análise para a concessão de alimentos considera a possibilidade de um dos parceiros prover o sustento e a necessidade do outro, levando em conta as particularidades de cada caso.

Aspectos da Saúde e Medicamentos

A união estável também se reflete em outros direitos, como o acesso a informações de saúde. Em casos de emergência, o companheiro tem o direito de ser informado sobre a saúde do parceiro, bem como tomar decisões em seu nome, assim como acontece no casamento. Isso demonstra a importância do reconhecimento da união estável para a proteção dos direitos dos parceiros.

Direitos Sociais e Legais

Além dos direitos patrimoniais, o reconhecimento da união estável permite que os companheiros tenham acesso a benefícios sociais, como planos de saúde e pensões de previdência privada. Muitas seguradoras e administradoras de fundos de pensão estendem seus benefícios ao parceiro da união estável, garantindo mais segurança e amparo aos casais que optam por essa modalidade.

Vantagens e Desvantagens da União Estável

Embora a união estável apresenta muitos direitos equivalentes ao casamento, há vantagens e desvantagens a serem consideradas.

Vantagens

Uma das principais vantagens da união estável é a sua flexibilidade. Os parceiros podem definir seu regime de bens e acordos específicos sobre a relação, o que pode ser mais difícil no casamento tradicional. Além disso, a união estável não exige formalidades, como cerimônias ou registros, facilitando a constituição da família.

Outra vantagem é a questão tributária. Em alguns casos, casais que optam pela união estável podem se beneficiar de uma carga tributária menor em comparação com casais casados, dependendo do regime de bens escolhido.

Desvantagens

Por outro lado, uma desvantagem da união estável é a falta de uma formalização clara em muitos casos. A ausência de um contrato escrito pode gerar inseguranças e disputas em caso de dissolução. É altamente recomendável que os casais em união estável considerem a elaboração de um contrato, especificando o regime de bens e outras condições relevantes para a relação.

Além disso, a união estável não possui todos os direitos automáticos que o casamento confere. Por exemplo, em algumas situações, o reconhecimento da união estável pode depender de provas de coabitação e da intenção de constituir família, o que pode ser uma barreira em disputas jurídicas.

Considerações finais 

A união estável se apresenta como uma alternativa legítima ao casamento, oferecendo direitos e deveres que, em muitos aspectos, são equivalentes aos do matrimônio. Ao longo dos anos, o reconhecimento legal da união estável no Brasil tem se fortalecido, refletindo a evolução da instituição familiar na sociedade contemporânea. A variedade de direitos patrimoniais, o acesso a pensões e benefícios sociais, e o reconhecimento da saúde são apenas algumas das garantias que evidenciam a importância desse tipo de relação.

Entretanto, é fundamental que os casais em união estável estejam cientes das suas especificidades. A flexibilidade concedida pela união estável pode ser vantajosa, mas a falta de formalização e a necessidade de comprovação da convivência podem gerar inseguranças. Por isso, é recomendável que os parceiros considerem a elaboração de um contrato de convivência que defina claramente os direitos e deveres de cada um, evitando assim complicações futuras.

A complexidade das relações afetivas na atualidade exige que o direito de família se adapte e reconheça diferentes formas de amor e compromisso. A união estável, portanto, não é apenas uma alternativa ao casamento, mas uma forma legítima de constituição de família, que merece atenção e respeito.

Em suma, embora existam direitos equivalentes na união estável e no casamento, a escolha entre uma e outra depende das aspirações e necessidades de cada casal. O reconhecimento e a proteção legal dos direitos da união estável são cruciais para assegurar a dignidade, a segurança e a justiça nas relações familiares. O importante é que os casais busquem informações adequadas e considerem o que melhor se adapta à sua realidade, sempre com o respaldo do direito, que deve estar a serviço da vontade e da proteção dos indivíduos na sua pluralidade.

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