Artigo 244 do CTB: veja as consequências de empinar moto nas vias públicas

Artigo 244 do CTB: veja as consequências de empinar moto nas vias públicas

Empinar moto — ou seja, conduzir o veículo com uma das rodas suspensas — pode até parecer uma manobra inofensiva para quem busca adrenalina, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) trata essa prática com extrema seriedade. O comportamento é enquadrado como infração gravíssima e pode trazer consequências sérias para quem a realiza.

Neste artigo, você vai entender o que diz o artigo 244 do CTB sobre empinar moto, quais penalidades são previstas, se esse ato pode configurar crime, como recorrer da multa e quais os impactos para motociclistas profissionais e reincidentes.

O que significa empinar moto segundo o Código de Trânsito?

No contexto legal, empinar moto é definido como conduzir o veículo equilibrando-se sobre uma roda apenas, o que configura uma manobra de exibição ou “malabarismo”. Essa conduta é abordada no artigo 244, inciso III do CTB, que proíbe claramente:

“Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor fazendo malabarismo ou equilibrando-se apenas em uma roda.”

A lei considera tal prática extremamente arriscada, pois compromete a segurança do condutor, dos pedestres e de outros usuários da via.

Empinar moto é infração gravíssima?

Sim. O artigo 244 do CTB classifica o empinamento de motocicleta como uma infração de natureza gravíssima. Veja as penalidades aplicáveis:

  • Multa de R$ 293,47;

  • 7 pontos na CNH;

  • Suspensão do direito de dirigir (mesmo se for a primeira infração);

  • Recolhimento imediato da habilitação;

  • Remoção da moto ao pátio, caso não haja outro condutor habilitado no local.

Além disso, o tempo de suspensão pode variar entre 2 a 8 meses, podendo chegar a 18 meses em casos de reincidência.

O que mais prevê o artigo 244 do CTB?

Além de proibir empinar moto, o artigo 244 lista outras condutas perigosas para quem pilota motocicletas, ciclomotores ou motonetas:

  • Pilotar sem capacete ou com equipamento fora dos padrões (Inciso I);

  • Levar passageiro sem capacete ou em desacordo com a legislação (Inciso II);

  • Rebocar outro veículo (Inciso V);

  • Transportar carga incompatível (Inciso VI);

  • Utilizar o veículo para atividade remunerada sem autorização (Inciso VII).

Com exceção do inciso VII, todas as demais condutas são consideradas infrações gravíssimas.

Empinar moto pode se tornar crime?

Embora empinar a moto seja uma infração administrativa, em determinadas circunstâncias ela pode sim configurar crime de trânsito. Veja os casos mais comuns:

  • Se o condutor causar acidente com lesão corporal ou morte, poderá responder por:

    • Lesão corporal culposa (Art. 303 do CTB);

    • Homicídio culposo na direção de veículo (Art. 302 do CTB);

  • Quando há disputa de racha ou direção perigosa, poderá ser enquadrado no Art. 308 do CTB, com pena de até 3 anos de detenção.

Além disso, vídeos postados em redes sociais, mostrando o condutor empinando em via pública, podem ser usados como prova para autuação e até ação penal.

A infração vale em áreas privadas?

Se a manobra for feita em propriedade particular, como uma chácara ou pista de motocross, a infração não se aplica — desde que o local seja fechado e sem acesso público. No entanto, se houver risco a terceiros, barulho excessivo ou dano, o condutor ainda pode ser responsabilizado civil ou penalmente.

O que acontece se houver acidente?

Caso um acidente ocorra enquanto o condutor empina a moto, as consequências se multiplicam:

  • Responsabilização cível (indenização por danos morais, materiais e estéticos);

  • Perda do direito ao seguro DPVAT, caso comprovada imprudência;

  • Possibilidade de responder criminalmente, inclusive com pena de prisão;

  • Reforço da penalidade administrativa com suspensão mais longa ou cassação da CNH.

E se houver reincidência?

Quem for flagrado empinando a moto novamente dentro de um período de 12 meses será considerado reincidente, o que pode gerar:

  • Suspensão aumentada para até 18 meses;

  • Cassação da CNH, a depender da gravidade;

  • Encaminhamento obrigatório a curso de reciclagem;

  • Encargos adicionais em caso de ações judiciais ou administrativas.

Como recorrer da multa por empinar moto?

Apesar da gravidade da infração, o condutor tem direito à ampla defesa, que pode ser feita em três etapas:

  1. Defesa prévia: enviada até 15 dias após o recebimento da notificação de autuação.

  2. Recurso à JARI: primeira instância administrativa. Deve conter argumentos técnicos e provas.

  3. Recurso ao CETRAN: última chance na esfera administrativa, após indeferimento da JARI.

Se todos os recursos forem negados, ainda é possível entrar com ação judicial, especialmente em casos com erro na autuação ou ausência de provas.

Impactos para entregadores e motoristas de aplicativo

Motociclistas profissionais que empinam moto durante o serviço podem sofrer consequências graves, como:

  • Descredenciamento de plataformas (iFood, Uber, Rappi);

  • Rescisão de contrato com empresas parceiras;

  • Impossibilidade de trabalhar com a CNH suspensa;

  • Danos à reputação profissional e dificuldade para novas oportunidades.

Empinar moto é mais do que uma brincadeira

Manobras perigosas como empinar moto são, muitas vezes, vistas como desafio ou diversão — mas podem custar muito caro. A legislação é clara: trata-se de uma infração gravíssima, passível de punições severas e até de responsabilidade criminal.

Além da multa e da suspensão da CNH, o condutor coloca sua própria vida e a de outros em risco. Por isso, a melhor escolha é conduzir com responsabilidade, respeitando as leis de trânsito e prezando pela segurança no espaço coletivo.

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