Terceirização e “Pejotização”: Limites Legais e Decisões Recentes em 2025

A contratação de trabalhadores por meio de empresas terceirizadas ou como pessoa jurídica (PJ) se tornou cada vez mais comum no Brasil. No entanto, quando utilizada de forma indevida, essa prática pode configurar fraude trabalhista — especialmente nos casos de “pejotização” forçada, onde o trabalhador é obrigado a abrir CNPJ para manter o emprego. Em 2025, tribunais superiores como o TST e o STF reforçaram os limites legais para evitar que essas formas de contratação sejam usadas para retirar direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Neste artigo, você vai entender a diferença entre terceirização e pejotização, o que diz a legislação atual e como agir se estiver nessa situação. 1. O que é terceirização? É quando uma empresa contrata outra empresa para fornecer mão de obra. A empresa contratada é responsável pelo vínculo com os trabalhadores, enquanto a empresa contratante apenas recebe os serviços. Desde a reforma trabalhista, é possível terceirizar qualquer atividade, inclusive a atividade-fim da empresa. Contudo, a empresa contratante: Deve fiscalizar o cumprimento das obrigações trabalhistas Não pode tratar o terceirizado como empregado direto Responde subsidiariamente por dívidas trabalhistas da terceirizada 2. O que é pejotização? A pejotização ocorre quando a empresa exige que o trabalhador abra uma empresa (CNPJ) para ser contratado, mesmo prestando serviços como se fosse empregado. Essa prática é ilegal quando há: Subordinação (ordens diretas da empresa) Pessoalidade (só você pode prestar o serviço) Habitualidade (trabalho contínuo) Onerosidade (pagamento fixo mensal) Ou seja, se a relação tem as características de vínculo empregatício, a formalização como PJ é considerada fraude. 3. O que dizem os tribunais? TST e STF têm decidido que: A pejotização não é válida quando usada para esconder vínculo de emprego O trabalhador pode pedir reconhecimento de vínculo e pagamento de todos os direitos da CLT Empresas que exigem PJ de forma fraudulenta podem ser condenadas a indenizações por dano moral Além disso, em 2025, o TST reforçou que a liberdade contratual não pode se sobrepor à dignidade do trabalhador. 4. Exemplo prático Lucas era analista de marketing e prestava serviço como PJ para uma empresa, com horário fixo, metas e relatórios diários. Após ser dispensado sem aviso, entrou na Justiça. O juiz reconheceu o vínculo empregatício, condenou a empresa ao pagamento de férias, 13º, FGTS, verbas rescisórias e multa por fraude contratual. 5. Como agir em caso de terceirização irregular ou pejotização? Se você se identifica com esse tipo de situação: Documente sua rotina de trabalho (e-mails, prints, ordens, horários) Guarde contratos, comprovantes de pagamento e mensagens Procure um advogado trabalhista para avaliar a possibilidade de ação judicial Exija o reconhecimento de vínculo e pagamento de direitos retroativos ⚠️ Você tem até 2 anos após o fim do contrato para entrar com a ação e pode reivindicar os últimos 5 anos de direitos. Conclusão A terceirização e a pejotização são ferramentas legítimas de contratação quando usadas corretamente. No entanto, quando utilizadas para driblar a legislação trabalhista, violam direitos básicos dos trabalhadores. Se você trabalha como PJ, mas atua como empregado, não aceite esse tipo de imposição como normal. A Justiça do Trabalho pode garantir a reparação dos seus direitos. Perguntas Frequentes (FAQ) 1. Ser PJ me impede de ter vínculo reconhecido? Não. A Justiça analisa a realidade da relação, não o contrato formal. 2. Posso processar mesmo depois de ter sido dispensado? Sim. Você tem até 2 anos após o fim da prestação de serviços. 3. A empresa pode me demitir por pedir vínculo? A demissão pode ocorrer, mas pode gerar indenização por retaliação, dependendo do caso. 4. Trabalhei como terceirizado, posso processar a empresa principal? Sim, se houver indícios de subordinação direta ou fraude. 5. Preciso de advogado para ingressar com ação? Sim. A presença de um advogado é essencial nesse tipo de processo. 📣 Você foi contratado como PJ mas trabalha como CLT? O Urbano Ribeiro Advogados Associados é referência em ações de reconhecimento de vínculo, terceirização fraudulenta e pejotização ilegal. Fale agora conosco pelo WhatsApp ou acesse nosso blog jurídico para mais orientações.
Vínculo de Emprego entre Motoristas de Aplicativos e Plataformas Digitais: O Que Diz o STF em 2025

O vínculo empregatício entre motoristas de aplicativo e plataformas digitais como Uber, 99 e similares sempre gerou debates intensos. Em 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou sobre o tema, trazendo um novo entendimento sobre a relação de trabalho no ambiente digital. Com essa decisão, milhares de motoristas passaram a ter respaldo legal para pleitear direitos trabalhistas antes negados pelas empresas. Neste artigo, vamos explicar o que mudou com o novo posicionamento do STF, como identificar se há vínculo de emprego e o que o motorista pode fazer para garantir seus direitos. 1. O que é vínculo empregatício segundo a CLT Para a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma relação de emprego exige os seguintes requisitos: Pessoalidade: o trabalhador não pode ser substituído por outra pessoa Onerosidade: há pagamento em troca do trabalho Não eventualidade: o trabalho ocorre com frequência Subordinação: o trabalhador está sob ordens e controle do empregador Se essas condições estiverem presentes, existe vínculo empregatício, mesmo que o contrato seja informal ou verbal. 2. O que decidiu o STF em 2025 Em abril de 2025, o STF firmou entendimento de que motoristas de aplicativos podem sim ter vínculo de emprego com as plataformas, desde que haja subordinação direta, controle de jornada e dependência econômica. O tribunal reforçou que: O modelo de negócio das plataformas não exclui a possibilidade de vínculo O vínculo deve ser analisado caso a caso A decisão abre espaço para ações individuais de reconhecimento trabalhista 3. Quais são os direitos garantidos com o vínculo Se for reconhecido vínculo de emprego, o motorista tem direito a: Registro em carteira (CLT) 13º salário Férias + 1/3 FGTS Horas extras Adicional noturno Vale transporte e refeição (se aplicável) Seguro contra acidentes Licença-maternidade ou paternidade Além disso, passa a contar com a proteção da Justiça do Trabalho em caso de demissão ou conflito com a empresa. 4. Exemplo prático Rodrigo trabalhava 10 horas por dia com exclusividade para uma única plataforma, recebia punições automáticas e não podia definir seus próprios preços. Após ser desconectado sem explicação, ingressou com ação judicial. O juiz do trabalho reconheceu o vínculo, determinando registro retroativo, pagamento de verbas rescisórias e depósito do FGTS não realizado. 5. O que fazer em caso de desligamento ou conflito Se você é motorista de aplicativo e foi banido da plataforma, teve ganhos reduzidos de forma unilateral ou trabalha sob ordens diretas: Guarde provas de sua rotina de trabalho (prints, registros de jornada, mensagens da plataforma) Reúna comprovantes de pagamentos, histórico de viagens e bloqueios Busque orientação com advogado trabalhista Avalie a viabilidade de ingressar com ação de reconhecimento de vínculo e cobrança de direitos Conclusão A decisão do STF marca uma mudança importante no cenário jurídico brasileiro. Em vez de excluir os motoristas da proteção trabalhista, o Judiciário reconhece que a tecnologia não pode ser desculpa para precarizar relações de trabalho. Se você atua como motorista de aplicativo, entenda seus direitos e não hesite em buscar a Justiça se estiver sendo explorado. Perguntas Frequentes (FAQ) 1. Todo motorista agora tem vínculo empregatício garantido? Não. A Justiça avaliará caso a caso, com base nas provas apresentadas. 2. Posso entrar com ação mesmo sem carteira assinada? Sim. O vínculo pode ser reconhecido judicialmente com base na realidade da relação de trabalho. 3. Se eu tiver vínculo, posso receber FGTS e 13º? Sim. Todos os direitos da CLT passam a ser aplicáveis. 4. A empresa pode me banir por entrar na Justiça? Isso é considerado retaliação ilegal e pode gerar indenização adicional. 5. Preciso de advogado para processar a plataforma? Sim. Um advogado é essencial para montar a prova e representar na ação. 📣 Foi desligado por uma plataforma de aplicativo? O Urbano Ribeiro Advogados Associados pode te ajudar a reconhecer o vínculo empregatício, calcular seus direitos e buscar reparação na Justiça do Trabalho. Fale agora conosco pelo WhatsApp ou visite nosso blog jurídico para saber mais.